terça-feira, 20 de novembro de 2012

As “capitanias hereditárias” acabaram?


Quem estudou história no ensino fundamental, lembra muito bem o que eram as “capitanias hereditárias”, resumindo, era uma forma de administração do Império Português, onde o território brasileiro era dividido e administrados por beneficiários, passando a posse das terras de forma hereditária, durante o período colonial. A hereditariedade foi abolida pelo Marquês de Pombal no ano de 1759. Mas será que o ato de passar a gerência de pai para filho acabou mesmo?

Vejamos, vou tomar como exemplo o nosso querido estado do Rio Grande do Norte. Vou utilizar apenas alguns nomes para ilustrar o meu raciocínio, comecemos com Garibaldi Alves Filho, governador por duas oportunidades, seu pai (Garibaldi Alves) é senador, seu filho (Walter Alves) deputado estadual e seu primo (Henrique Alves) é deputado federal desde sempre (provavelmente trabalhou na construção do Congresso Nacional e já guardou uma vaguinha lá, brincadeira), ah por último e não menos importante, o decano da família, Aloísio Alves (ex-governador), pai de Henrique. Vejam só como a clã dos Alves, vêm formando parte da base poder do estado.

Agora, família Maia, como essa família adora o RN, Lavosier Maia foi nada mais nada menos que, governador, deputado federal, deputado estadual e senador, sua ex-esposa Wilma de Faria foi 3 vezes prefeita do Natal, 2 vezes governadora e acabou de vencer a eleição como vice-prefeita, Márcia Maia, filha do casal é deputada estadual e o filho Lauro Maia é suplente de deputado. Para encerar com chave de ouro, José Agripino Maia, filho do ex-governador Tarcísio Maia, primo de Lavosier Maia, Agripino foi, prefeito do Natal, governador do estado em duas oportunidades, está no quarto mandato como senador pelo DEM, inclusive sendo líder nacional do partido, tem um filho (Felipe Maia) que está no segundo mandato como deputado federal.

Mossoró e outras cidades do estado também sofrem com a hereditariedade do poder, porém não serei mais longo, basta saber que os Rosados comandam a cidade do sal, inclusive sendo situação e oposição com as duas vertentes da família.

Ufa, é um grande entrelaçado de nomes, mas sempre ligados e nas últimas décadas comandando o estado do Rio Grande do Norte, veja bem, isso não acontece apenas em solo potiguar, a situação é essa, as “capitanias hereditárias” estão longe de serem abolidas, infelizmente.

por Lyneker Morais
O Conceituando

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