quinta-feira, 16 de maio de 2013

Confusão e confronto marcam a "Revolta do Busão"


Via Certa Natal
A BR-101 fica interditada em frente ao Via Direta nos dois sentidos.
A BR-101 fica interditada em frente ao Via Direta nos dois sentidos. Os manifestantes voltam ao local de origem do protesto e o momento é marcado por confronto entre eles e a polícia que usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio para acabar com protesto.
Os estudantes, que protestam contra o aumento da tarifa de ônibus, falam que os policiais militares abusaram da força. Muitos manifestantes registraram queixas nas delegacias.
Os ônibus foram recolhidos às garagens e as paradas ficam lotadas. A tarifa de ônibus passa de R$ 2,20 a R$ 2,40 a partir de sábado. O grupo planejou o encontro através das redes sociais.
Antes da realização do protesto, a Justiça Federal concedeu liminar impedindo o fechamento da BR 101 hoje (15), ou em qualquer outra data. A decisão se deu através de uma solicitação proposta pelo SETURN em face de protesto dos estudantes.
A liminar diz também que os manifestantes só podem ocupar as vias marginais e não a BR 101. Está previsto para quem descumprir, uma multa no valor de 50 mil reais.
Violência
Os relatos dão conta de uma violenta e gratuita repressão contra os manifestantes da #RevoltadoBusao nesse início de noite em Natal.
Os governos não querem um povo mobilizado e politizado nas ruas das cidades, lutando por direitos.  Mesmo aqueles que são mais conservadores aplaudem tal repressão - mas são capazes de reclamar da falta de mobilização e interesse social dos jovens.  Contradição.
A violência, segundo testemunhas, foi gratuita.
O perfil da vereadora Amanda Gurgel (PSTU) no Facebook relata que a 
manifestação pacífica foi reprimida com disparos de balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta. Há registros de feridos. A violência começou quando uma professora foi agredida por policiais. A vereadora Amanda Gurgel e o vereador Marcos Antonio tentaram impedir e acalmar os ânimos. Mas minutos depois a polícia deu início à repressão generalizada. 
Segundo o relato, o protesto reunia cerca de três mil pessoas, a responsabilidade pela violência é do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) e da governadora Rosalba Ciarlini (DEM).  Em favor do Seturn.  "A luta contra o aumento não para aqui", conclui.
Já o sociólogo Daniel Menezes, na Carta Potiguar, descreve a ação como um ato de barbaridade contra um protesto pacífico:
Conforme membros da Carta Potiguar que acompanhavam a passeata, os estudantes, trabalhadores e movimentos sociais andavam em clima de tranquilidade.
Nas imediações próximas ao Midway, quando o protesto deixava a via federal, que é de responsabilidade da PRF, a polícia militar começou a soltar bombas de gás lacrimogênio, disparar gás de pimenta e a dar tiros de borracha contra a multidão.
Os cidadãos tentaram voltar, mas a polícia fechou de ambos os lados.
Ato de pura covardia.
Os manifestantes se dispersaram um pouco. Muita gente vomitando e passando mal.
Conforme Alyson Freire, colunista da Carta, não existiu nada que justificasse tamanha violência, a não ser a tentativa de mandar um recado claro – que no RN não se tolera democracia.
Governo do Estado deve ser acionado na secretaria da presidência de direitos humanos da república e todos os envolvidos na desastrosa operação responsabilizados. É o mínimo.
Natal tem a segunda tarifa mais cara do Nordeste e conta com uma as frotas mais velhas e desconfortáveis. A polícia entrou para garantir que ninguém reclame.
Triste RN.
Protesto só vai aumentar. Mais um tiro no pé.

P.S.: Testemunhas relatam que quando as polícias encurralaram manifestantes sob o viaduto, homens posicionados sobre o viaduto dispararam contra as pessoas embaixo.  Além de representar uma ação orquestrada, sádica, ela é visivelmente ilegal. 
Porque, nessa situação, o Policial não pode cumprir a lei e disparar a arma não-letal abaixo da linha da cintura.  Fatalmente, todos os tiros atingiriam a parte superior do tronco, a cabeça. 

Contribuição de Gerlane Lima e Daniel Dantas

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