O diretor-geral do Hospital Regional
Tarcísio Maia (HRTM), pela terceira vez, médico Eider Medeiros,
desabafou. Despejou o que queria dizer à própria governadora Rosalba
Ciarlini (DEM). De corpo presente.
Eider: apelo pelo Tarcísio Maia (Jornal de Fato) |
Recebido na Governadoria, em Natal,
disparou com aquele seu jeito compassado no falar: se o governo tivesse
botado mais de R$ 2 milhões/mês no HRTM e Hospital da Polícia, em vez de
despejá-los na aventura do Hospital da Mulher, o quadro de saúde
pública em Mossoró e região daria resultados infinitamente maiores,
inclusive à imagem governista.
A conversa entre ambos deixou Rosalba desconsertada. Como é de praxe, ela voltou a prometer mudanças, novidades e investimentos.
Eider – com a proximidade política que
possui – falou o que muitos temem comentar ou afirmar claramente, para
não desagradar a governante e o líder do seu grupo, chefe de Gabinete
Civil e ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM).
O HRTM, apesar de sua enorme
importância, ficou em segundo plano nos projetos do governismo, que
enxergou na implantação do Hospital da Mulher um meio de se capitalizar
mais politicamente. Essa era a prioridade, não a saúde.
O diretor Eider não entende tamanho
desatino, porque seu olhar não alcança as estepes frias do pensamento
político do rosalbismo. A criação do Hospital da Mulher surgiu para
fazer frente à Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR), em termos de
resultados e conceito público, para produzir resultados eleitoreiros
imediatos.
A meta foi alcançada, do ponto de vista
político-eleitoral e com um custo milionário. O próprio governo admitiu,
numa auditoria interna, que mais de R$ 8,4 milhões foram desviados.
Carlos Santos
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