Tudo indica que as
mulheres camponesas de Apodi pretendem mesmo resistir à investida do
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) de criar o
perímetro irrigado da chapada e desalojar as famílias que vivem da
agricultura no local. A desapropriação dessas terras parece coisa
fora da lógica.
É tanto que através
do Centro da Mulher 8 de Março, elas liberaram o Estatuto das
Mulheres de Apodi. “Art.1º: Fica decretado que o Governo Federal,
o Dnocs e a sociedade reconhecerá a Chapada do Apodi TERRITÓRIO DA
AGRICULTURA FAMILIAR CAMPONESA. Art. 2º: Fica decretado que de hoje
em diante nenhuma mulher sairá de suas terras por imposição do
agronegócio e do capital e das transnacionais. E que a agroecologia,
a soberania alimentar e a convivência com o semiárido continuarão
sendo a realidade da Chapada do Apodi. Art. 3º: Fica decretado que o
dinheiro não poderá nunca mais comprar a natureza: a terra, a água,
o ar, as florestas, as pessoas e nem o sol das manhãs. “O dinheiro
se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de
tentar e a festa do dia que chegou”. Art. 4º: Fica decretado que
as mulheres, os homens, a terra e a água estão livres do
agronegócio, do agrotóxico, do capital e da imposição do Estado”.
E por aí vão...
Deu na coluna do
Gilberto de Sousa no Jornal Gazeta do Oeste
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