O conteúdo político
mais importante da semana que passou, em termos de Rio Grande do Norte,
foi entrevista veiculada com o senador-ministro Garibaldi Filho (PMDB)
n’O Jornal de Hoje. Tratou de pontos delicados como sucessão estadual,
aliança com o DEM da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e possibilidade
de candidatura própria do PMDB ao governo ou apoio a outro nome.
Quando a gente enxuga tudo, faz a maior
depuração possível e procura a última filtragem, descobre sem qualquer
sobressalto que não há nenhuma novidade nas declarações de Garibaldi. É o
mesmo do mesmo.
A entrevista não acrescenta nada ao que
se chama de “governabilidade” e sucessão estadual. É praticamente a
mesma essência do que Garibaldi falou há um mês, há dois meses, há três
meses… zzzzzz!!
A política potiguar anda tão árida, que a
gente é obrigado a fazer uma espécie de tradução do mesmo do mesmo,
para tentar apresentar algo de novo.
Vamos tentar.
Sobre Rompimento
“Acho que vocês não perdem por esperar e
não vão esperar tanto tempo, mas isso vai ser discutido (…). No dia
10 de maio vai haver uma reunião do PMDB para discutir o momento
político, claro, o administrativo também, e esses problemas que
discutimos antes, a atuação do governo, os prefeitos vão colocar isso.
Pode sair uma definição daí (…). Para ser muito sincero, eu acredito que
vamos ouvir muitas reclamações (,,,). Eu não sei é se isso tudo vai
transbordar de tal maneira, ter desdobramentos tais (que ocasione o
rompimento)”, disse ele.
Nota do Blog – O PMDB
não vai romper em maio ou em junho. Pode até não romper. O que o partido
faz, inteligentemente, é segurar o esquife do governo, ao mesmo tempo
em que trabalha ações institucionais que fortaleçam Garibaldi, o próprio
partido e o deputado federal Henrique Alves (PMDB). Vai levar esse
lengalenga mais adiante até promover a extrema-unção do governo em 2014.
Essa é a tendência, hoje.
Sobre candidatura própria
“Eu diria que o PMDB só tem um, se o
PMDB tiver candidato próprio, que é o deputado Henrique. Eu não
pretendo ser, não desejo, e Walter eu ainda acho que é cedo.”
Nota do Blog - Henrique
trabalha ardilosamente o fortalecimento do seu nome para ser uma opção.
Sua ascensão à presidência da Câmara Federal deu-lhe mais força e poder
suplementar de articulação. Transformou-se numa panaceia, com direito a
sonhar (novamente) com a cadeira que já pertenceu ao seu pai, Aluízio
Alves. É pouco provável que o PMDB deixe de ter candidato próprio a
governador. Henrique e Garibaldi, logicamente, são nomes preferenciais.
Se Garibaldi afirma que não pretende ser, então pode desconfiar. Esse aí
é manhoso. Cai da rede e fica brincando com a varanda, de tão bobo que
é.
Sobre apoio ao nome de Robinson Faria
“Ele me disse que é candidato. Ele me
disse que tem o apoio do grupo oposicionista do Governo do Estado, mas
que ele deseja ter o apoio do PMDB e de outros partidos (…). Robinson é
um bom candidato, mas não é o candidato do partido. Para o partido
deixar de apoiar o governo, que ainda permanece na base aliada do
Governo, a candidatura própria se impõe muito e ele sabe disso.”
Nota do Blog – É perto
de chance “zero” o PMDB apoiar Robinson. Por que o apoiaria quando tem
condições de apresentar candidatura própria e em condições de vitória?
Robinson tenta se viabilizar em articulações para uma ampla aliança e no
respaldo popular. São duas frentes de costura com consideráveis
dificuldades, mesmo se levando em conta que o governo do qual ele fez
parte é um fracasso de público e crítica.
Blog do Carlos Santos
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