sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Conceituando cotas raciais

Vejam só que barbaridade, estamos prestes a ter que engolir cotas raciais em concursos públicos, como se já não bastassem em vestibulares. Sei que muita gente vai discordar da minha opinião, mas estamos aqui justamente para debater, sou estritamente contrário a cotas, acredito que elas representam o mais puro atestado de incompetência do Estado em oferecer educação de qualidade a todos os cidadãos, mas, já que existe a clara incapacidade governamental, sejamos coerentes com o tipo de cota que queremos aprovar.

Será mesmo que queremos dividir o Brasil em tribos? Sim, porque é isto que estamos fazendo quando criamos essas barbaridades raciais, estamos simplesmente dizendo que um indivíduo de cor negra não tem a capacidade de concorrer com um de pele branca. Aí me aparecem os que vão argumentar que historicamente os negros sofreram para conquistar espaço, e blá blá blá... Balela, vamos analisar a seguinte situação: Dois jovens de mesma idade, um de cor negra e outro de cor branca, moram em um bairro simples de uma grande cidade, cresceram juntos, estudaram nas mesmas escolas, a renda familiar das duas famílias é praticamente a mesma, mas, porém, contudo, entretanto, não obstante no momento ingressar na faculdade o negro terá direito a cotas e o branco não, isso acontecerá também na hora que forem prestar concurso público, vocês acham isso correto?

Mai um exemplo, fico pensando no STF: hoje, há lá um negro, Joaquim Barbosa. Dado o percentual de pessoas com essa cor de pele no Brasil — pouco mais de 7% —, só caberia mesmo a esse grupo uma vaga, porém em setembro ela teve que nomear mais um ministro, imaginemos que existisse um outro negro com a capacidade e plenas condições de exercer o cargo, ela deveria evitar esse nome para que não ficassem “super-representados” no STF? Imaginem uma campanha defendendo que os americanos espelhem no poder a composição racial do país. Barack Obama jamais teria sido eleito. Os negros nos EUA são apenas 13% da população — sim, incluindo os mestiços (chamados de “pardos” pelo nosso IBGE) que a militância racial chama “negros”.

Veja bem, acima de qualquer discussão não podemos ignorar que no Brasil, todo cidadão é igual perante a lei, digno das mesmas oportunidades, seja branco, negro ou índio. O brasileiro não tem uma única cor ou raça porquê ele é mestiço. O sistema de cotas não é um benefício, é uma enganação para compensar a deficiência crônica que existe em todas as classes de ensino, que impedem alunos de escolas públicas a ingressar pela porta da frente no ensino superior. O país, tem sim, dívidas históricas com negros, índios, nordestinos e homossexuais. Mas, se formos dividir o Brasil em cotas, não seremos uma nação mas um retalho de um país.

Agora, se a ideia for transformada em cotas SOCIAIS, aí sim, terá a minha compreensão, enquanto isso continuarei achando um absurdo.

Gostaria da opinião das pessoas a respeito disso, discordar é pensar e argumentar é fazer pensar.


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